Givenchy

Morre, aos 91 anos, o lendário estilista francês Givenchy

O anúncio foi feito pela Maison Givenchy, que agora é propriedade do grupo francês de bens de luxo LVMH

O aristocrata francês e designer de moda, Hubert de Givenchy, posa para foto em Paris – 27/07/1978 (Pierre Guillaud/AFP)

O estilista francês Hubert de Givenchy, que dominou a indústria da moda por mais de três décadas e cujas roupas foram usadas por estrelas como Jacqueline Kennedy OnassisAudrey Hepburn e Grace Kelly, morreu aos 91 anos. A morte aconteceu no sábado, mas seu anúncio só foi feito nesta segunda-feria pela Maison Givenchy, que agora é propriedade do grupo francês de bens de luxo LVMH.

“Monsieur De Givenchy morreu enquanto dormia no sábado, 10 de março de 2018. Seus sobrinhos e sobrinhas compartilham a dor. O funeral será realizado na mais estrita intimidade”, afirma o comunicado da maison, assinado pela família do estilista.

No texto, os parentes informam que, “em vez de flores e coroas”, Givenchy “teria preferido uma doação ao Unicef em sua memória”.

Presença imponente na moda desde que apresentou sua primeira coleção em Paris, aos 24 anos, Givenchy se tornou sinônimo de elegância e glamour despretensioso. É dele o vestido preto que Audrey Hepburn usou em Bonequinha de Luxo (1961). A atriz teve papel fundamental na obra do estilista, que desenhou vários modelos usados por ela no filme Sabrina (1954). Em 1957, Audrey também foi garota-propaganda do primeiro perfume de Givenchy, L’Interdit.

Givenchy fundou na década de 50, em Paris, uma das mais importantes marcas de moda do mundo. Depois, ele tentou a sorte em Nova York e construiu um império comercial, que foi vendido no fim da década de 80 para o grupo LVMH.

O estilista nasceu em 1927 em Beauvais, no norte da França, e se mudou para Paris aos 17 anos, para se dedicar à sua paixão. Sua família — seu pai foi o marquês de Givenchy — esperava que ele se tornasse advogado, mas o jovem de 1,96 metro de altura foi atraído ainda muito jovem pela moda e pelo desenho. Ele começou sua carreira trabalhando para Jacques Fath e depois para Robert Piguet e Lucien Lelong, antes de ir para a grife de Elsa Schiaparelli, onde rapidamente se transformou em diretor artístico até criar a marca Givenchy, em 1952.

Suas criações características, como as blusas de manga bufante e as calças de barra na altura do tornozelo com bordas franjadas, foram saudadas à época como alternativas descontraídas às cinturas justas e às curvas artificiais do então dominante New Look, de Christian Dior.

Seu interesse por tecidos se originou de uma familiaridade precoce com peças finas na casa de seu avô materno, um administrador da tapeçaria Beauvais e Gobelin, e colecionador de tecidos de qualidade. O pai do estilista morreu quando Hubert tinha 2 anos de idade. Ele e seus irmãos foram criados pela mãe e pelos avós maternos. Inicialmente o jovem Givenchy estudou direito, mas se contagiou pelo clima de liberação pós-II Guerra Mundial e entrou na Escola de Belas Artes da capital francesa.

Fascinado pelo espanhol Cristóbal Balenciaga, à época o decano dos estilistas em Paris, Givenchy se apresentou com seu livro de desenhos à porta de Balenciaga, mas foi dispensando com um brusco “o senhor Balenciaga não recebe ninguém”.

Givenchy foi aprendiz de outros designers — Jacques Fath, Robert Piguet e da exuberante e iconoclasta Elsa Schiaparelli — antes de se aventurar como criador.

Após sua estreia fenomenal, Givenchy foi a Nova York capitalizar sua popularidade com os americanos. Foi lá que ele finalmente conheceu o recluso Balenciaga, e os dois mantiveram uma amizade estreita até a morte do espanhol, em 1972.

 

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Font: Revista Veja